Carnage

Em 2019, mudei-me de Lisboa para Nova Iorque e descobri uma cidade diferente do mito romântico ou selvagem que fora alimentado nos inúmeros filmes aqui produzidos. A cidade transformou-se e o equilíbrio entre o mundo financeiro e o mundo artístico foi derrubado para torná-la num lugar de experiências de “one percenters” sustentados pelos 99% que vivem, do seu lado, uma situação económica precária de “paycheck to paycheck”. O estilo de vida luxuoso é, contudo, intrinsecamente nova-iorquino, tendo ganho espaço e popularidade a partir da gestão camarária de Rudy Giuliani e dos negócios imobiliários de Donald Trump. Hoje, Trump é presidente dos Estados Unidos e Giuliani um dos seus advogados pessoais e mais fiéis colaboradores. Os empreendimentos de luxo de Trump deixaram uma marca em Nova Iorque, ao ponto de ser impossível passear em Manhattan (e alguns bairros de Brooklyn), hoje, sem notar no barulho constante de construção de arranha-céus de luxo com apartamentos à venda por dezenas de milhões de dólares. Hudson Yards, o exemplo mais recente, é um lugar praticamente exclusivo a quem tem uma vida de luxo, chegando mesmo a ser pensada a construção de um muro, na sua “fronteira” com outros bairros, que separasse o seu “território” do resto da cidade e sublinhar, assim, a exclusividade do seu acesso. Neste e noutros exemplos, a transformação da cidade encontra paralelos com as políticas da administração Trump, não fosse ela, também, o lugar onde o presidente construiu o seu império. Em 2020, num mundo economicamente desigual e doente, uma pandemia pôs a descoberto as estruturas frágeis em que a nossa vida assenta, encerrando negócios, serviços e instituições que, apesar de receitas de vários milhões de dólares, se viram a braços com uma crise que, em poucos dias, pôs a descoberto a insustentabilidade do modelo económico em que vivemos. Nova Iorque tornou-se, assim, numa cidade “zombie” onde já nem os ricos podem andar. A epidemia, no entanto, tinha outras raízes. O vírus circulou entre nós, durante muito tempo, enquanto desvalorizávamos o efeito real que acabaria por ter nas nossas vidas. Francisco Valente

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Notas

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Documentos

Filmes
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