Ave de Arribação
Wanda, uma jovem americana, um tanto fantasista e de excêntrico comportamento, (...) viaja em iate próprio que, em certa ocasião, aporta em frente da Praia da Rocha. Uma vez aqui, e deslumbrada com o ameno clima daquela região algarvia, trava conhecimento com Rodrigo de Meneses, homem mundano que se encontra sem vintém. E é por intermédio dele que fica a conhecer os principais e mais típicos pontos da região, e até as variadas fainas da pesca, assistindo, como pintora que é, à chegada duma companha vinda do alto mar a abarrotar de pescado.
Logo fascinada por Marcos, um dos pescadores, fá-lo entrar no seu convívio, a ponto de conseguir que ele se esqueça da sua prometida, Luísa, que é posta, ao corrente dos novos amores de Marcos, por uma pitoresca figura de pescador, o Charroco. E chegado o dia em que Marcos, ambicioso por novos horizontes, pretende demandar a América, embarcando num barco de recreio, sem saber que esse luxuoso iate é precisamente aquele em que Wanda se desloca de país para país.
Ao ter seguro conhecimento disso, no momento da partida da embarcação, repensa e atira-se ao mar para continuar na sua terra e voltar para junto da sua namorada, a quem nunca deixara de amar, embora num momento se tivesse sentido preso à sedução da jovem e desempoeirada rapariga à cata de bonitos lugares e de aventuras diferentes. (Félix Ribeiro in «Filmes, Figuras e Factos da História do Cinema Português 1896-1949»)