O Homem do Comboio

SINOPSE OFICIAL: Mário e Rita vivem juntos já lá vão cinco anos, no bairro de Alcântara, em Lisboa. Têm uma relação estável embora um pouco cansada. Os pais de Rita são do Porto e o casal tem por hábito ir lá passar alguns fins-de-semana. Viajam normalmente de comboio pois o carro deles é um velho Volkswagen que compromete a chegada ao destino. Ambos estão empregados, embora modestamente. Não têm grandes dificuldades. A história começa numa dessas idas ao Porto. Mário e Rita voltam cansados da viagem, dos dias em família. O comboio está superlotado e até ao Entroncamento, ficam no corredor, empurrados e espezinhados pelas centenas de tropas que invadem os comboios aos domingos. No Entroncamento, sai a maior parte das pessoas e finalmente eles conseguem sentar-se, aliviados, num compartimento livre. Mas passado pouco tempo entra um homem estranho e desarrumado, embora bem vestido, que se instala junto deles e que irá desencadear todo o processo de transformação de Rita. O homem é extremamente inquieto e age bruscamente, como se cada uma das acções fosse a última que faltava para poder ficar finalmente descansado. Conta que acabou de se separar da mulher numa fúria em que perdeu a cabeça e lhe bateu. Que nunca mais poderá voltar a olhar para a cara dela toda marcada, mas foi ela que o impeliu a tal, levou-o ao desespero, ao limite, e ele não resistiu. Mário e Rita ouvem impressionados. O homem, cada vez mais perturbado procura em Mário alguém que o compreenda, que o desculpe com a sua compreensão. Rita tenta participar sem qualquer oportunidade. Trata-se de uma conversa entre homens. Certa de que aquele homem esconde qualquer coisa, Rita convence-se de que ele matou a sua própria mulher. Excluída da conversa ela vai descobrindo sinais acerca do homem e sobretudo das imaginárias intenções do homem a seu respeito. Rita fica obcecada pela ideia de que mais tarde ou mais cedo o homem os vai matar. O argumento acumula uma série de indícios das manias persecutórias e do pânico que se apoderam de Rita e que lhe vão construir como que um muro em que se encerra, cada vez mais se afastando da realidade, um mundo cheio de terrores onde Mário não vai poder entrar. Rita, cada vez mais longe de Mário, cada vez mais só no seu mundo, vê-se obrigada a enfrentar a situação. Dentro da sua irrealidade, predestinados acontecimentos como se de uma fatalidade se tratasse. Prepara-se meticulosamente para um encontro com o homem do comboio, o momento em que ele se dirigirá a sua casa, tocará à porta e se sentará à mesa..

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Ficha técnica

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