Um Rio
SINOPSE OFICIAL: Quando a pá do coveiro se quis enterrar na terra, para tapar a cova onde ficaria sepulto o cadáver de Dito Mariano, embateu numa superfície inexpugnável e rija como aço. A tempestade raiou no céu e um pasmo trespassou os elementos da família presentes no enterro.
Os rumores tomaram conta de «Luar do Chão», a ilha onde o patriarca Dito Mariano era «o homem de todas as mulheres». Para mais, o cadáver exibia o rictus sorridente a que Dito, em conversa com o Padre Nunes e o taberneiro Tuzébio, chamara «o sorriso da Mona Lisa», que «só se desata quando se chegou à cifra de cem mulheres».
De quem seria a culpa da terra não abrir, das alterações climatéricas, daquele «riso do Diabo», segundo Admirança, a cunhada? A discórdia eclode entre as mulheres. Dulcineusa, a matriarca da família, sentencia: «A terra não abre porque há segredo por desfazer».