Olho-Vento
SINOPSE OFICIAL: O vento é, na verdade, o ar em movimento devido às diferenças de temperatura na atmosfera. Embora invisível, ele afecta o nosso comportamento, dependendo do quão furioso se encontra ou se está tão seco e quente, como o do deserto, que leva as pessoas à loucura. É um fenómeno essencial para os pescadores, ajuda-os a atravessar o mar e pode mudar o curso das suas viagens. Junto à maresia, num dia de inverno, reparei que a força do vento deixava os pássaros imóveis por mais que eles se tentassem movimentar, como se a sussurrar para eles desistirem e deixarem-se levar. Percebi que o vento tanto leva como prende, tanto embala, como destrói. Como se pode dar a ver e a sentir o vento? O “Olho-Vento” investiga o conceito do limiar através das figuras do vento, do espelho, e de um corpofantasma. É uma obra videográfica com elementos autobiográficos na qual a autora reflecte sobre as suas próprias experiências pessoais e o impacto que elas tiveram na sua prática artística. O olho-vento é múltiplo: situa-se no intervalo, no limiar entre aparentes opostos como o interior/exterior. É um corpo simultaneamente paralisado, mas em constante trânsito. Situa-se no lugar virtual do espelho, na penumbra da janela, no abismo sem fundo, no turbilhão do vórtice, na estranheza inquietante do que deveria estar oculto, mas emergiu, o seu corpo é fantasma: raptado pelo vento.