Capas Negras
SINOPSE OFICIAL: Em Coimbra, a cidade tradicional dos estudantes portugueses o jovem quintanista José Duarte e a linda tricana Maria de Lisboa vivem em romântico idílio de amor, entre canções e guitarradas, entre olhares e sorrisos.
José Duarte habita com alguns companheiros na pitoresca república do «Rás-te-parta» modelo das muitas pensões académicas que existem na Cidade Universitária, Nessa república está também um colega de José Duarte, o Jorge, leviano e rico como poucos, que não lhe perdoa o ter levado a melhor nos seus amores com Maria de Lisboa. Dos outros companheiros, destacam-se Manecas, pela sua habilidade em conquistar prendas às raparigas, prendas que vai imediatamente transformar em dinheiro na loja de penhores de A. Cunha; o Já-Cá-Canta, que tem a mania de tirar fotografias a toda a gente, e o Coca-Bichinhos, tão estudioso, tão agarrado aos livros, que nem dá atenção ao namoro descarado da Rosa Tricana, a sopeira do prédio em frente.
José Duarte é aprovado e doutora-se. Na república do «Rás-te-parta» começam as despedidas para a abalada. O Manecas vê-se atrapalhado, porque as raparigas enganadas por ele querem dar-lhe uma sova mestra. Por fim lá consegue esgueirar-se.
Contra a expectativa dos seus companheiros, José Duarte confessa que ficará em Coimbra, para casar com Maria de Lisboa. Mas, então, o Já-Cá-Canta mostra a José Duarte uma certa fotografia que ele possui, dizendo que Maria de Lisboa não é digna dum amor puro. Na verdade, essa fotografia representa Jorge e Maria de Lisboa, quase abraçados, na noite de S. João.
Sem querer ouvir mais nada, José Duarte deixa Coimbra, sem se despedir de Maria de Lisboa. E esta somente sabe da sua partida por intermédio da Rosa Tricana, que vai servir para o Porto.
Em vão Maria de Lisboa corre à Gare de Coimbra, chamando pelo nome do seu bem amado...
Não, José Duarte não quer saber dela. E no Porto, onde abre um luxuoso consultório, ele devolve, sem as abrir, todas as cartas de Maria de Lisboa. E entrega-se aos devaneios dum flirt com a bonita Leonor, que conhece durante uma Festa de Beneficência.
A carreira de advogado de José Duarte não tem grande êxito. Em contrapartida como cantor ele é conhecidíssimo e aplaudido por todos. Assim, quando a Tuna Académica de Coimbra – alma musical dos próprios estudantes – recebe um convite para se deslocar a terras de Espanha, José Duarte acede aos desejos dos seus antigos companheiros e segue com eles.
No regresso – depois duma digressão triunfal – os estudantes sabem que Maria de Lisboa vai responder, nesse mesmo dia, daí a minutos, acusada de ter abandonado um filho recém-nascido à porta do escritório de José Duarte...
Já arrependido do muito que decerto a fizera sofrer, José Duarte corre em direcção ao tribunal. Leonor que vinha à sua procura não o encontra e tem de contentar-se com a companhia de Jorge.
No tribunal vai começar o julgamento. José Duarte pede para ser o defensor da ré. E quando o advogado de acusação acaba o seu discurso violento, pretendendo demonstrar que Maria de Lisboa pecara no maior crime de toda a mulher – o abandono dum filho – José Duarte, ainda envolto na sua capa de estudante, limita-se a contar a história romântica duns certos amores entre um estudante e uma tricana. O estudante era ele, que abandonara a rapariga sem uma palavra, sem uma explicação, depois de lhe ter prometido tudo. A tricana era ela, que sofrera em silêncio e, só agora, sentindo-se impotente para cuidar do seu filho – filho de ambos – o viera depor à porta do escritório do pai. Haveria algum crime nisso? Os estudantes manifestam-se a favor de Maria de Lisboa e são expulsos da sala. José Duarte sai com eles.
De novo o Delegado do Ministério Público pretende incriminar Maria de Lisboa cada vez mais. Porém, de repente, começa a ouvir-se vinda de fora, da ampla escadaria do tribunal, a voz forte de José Duarte, cantando uma romanza de Coimbra, acompanhado em coro pelos seus companheiros.
E Maria de Lisboa acaba por ser absolvida. Ao sair do Tribunal, os braços fortes e os beijos gentis de José Duarte já a esperam, para viver de novo o romance do seu grande amor. (in folha de catálogo de Exclusivos Triunfo)