A Promessa
Numa remota aldeia de pescadores na costa portuguesa, José e Maria, casados há um ano, nunca consumaram o seu matrimónio.
Com efeito, na véspera do casamento, desencadeou-se uma violenta tempestade no mar e os habitantes, aglomerados na praia, viram com angústia o barco do pai de José em risco de naufragar. José e Maria, profundamente religiosos, fizeram então um voto solene: casariam no dia seguinte, mas permaneceriam castos para sempre, se o pai regressasse são e salvo. O velho marinheiro salvou-se, apenas com uma perna partida, e desde então, cumprindo a sua promessa, o jovem casal vive num estado de tensão permanente.
Um dia um garboso cigano, Labareda, esfaqueado durante uma querela, é levado até à aldeia e recolhido na casa de José e Maria. A jovem mulher cuida dele com dedicação e, na aldeia, onde o voto de castidade é de todos conhecido, o falatório não pára.
Antes mesmo de estar restabelecido, Labareda envolve-se num tiroteio com os irmãos e é mortalmente ferido. Consegue arrastar-se até ao velho moínho no cimo da aldeia, onde Maria vai tentar socorrê-lo.
Avisado, José acorre também e vê Labareda nos braços da mulher sem se aperceber que o cigano está morto. Louco de raiva e de ciúme, esfaqueia o cadáver repetidamente e viola Maria. Só então se apercebe que a mulher nunca lhe fora infiel.