A Ilha dos Amores
SINOPSE OFICIAL: A época, a obra, os amores, a vida e a morte de Wenceslau de Moraes, grande escritor português do Extremo Oriente, nascido em Lisboa em 1854, falecido no sul do Japão, em Tokushima, em 1929.
1885 – Exilado voluntário, escritor principiante, oficial da marinha de guerra destacado para Moçambique, Moraes visita Portugal para rever a sua irmã Francisca, a sua amante Isabel, e o marido desta, um pintor inválido. Posam para um quadro sobre o tema em voga: “A Ilha dos Amores”, uma alegoria sobre “Vénus conduzindo Vasco da Gama para as Índias”.
1891– Enquanto em Portugal a monarquia agoniza (ultimatum de Inglaterra), Moraes rompe com a amante e volta para Macau. Nunca mais regressará.
1895 – Em Macau estabelece amizade com Camilo 'Pessanha, grande poeta simbolista, opiómano, igualmente exilado. Fascinado pelo Japão, deixa o sul da China, a sua mulher chinesa, Aschany, e os seus dois filhos.
1912 – Enquanto em Portugal a República é proclamada e Isabel se revolta contra o seu marido, Moraes vive e escreve em Kobe, no Sul do Japão, como cônsul de Portugal, com a sua mulher japonesa, Oyoné. A imagem de Isabel-Vénus persegue-o.
1913/16 – Profundamente transtornado pela morte de Oyoné, deixa o seu posto de cônsul para ir viver à maneira japonesa, pobremente, perto do túmulo de Oyoné, na pequena cidade de Tokushima. Decide consagrar-se inteiramente aos seus escritos, mas uma sobrinha muito nova de Oyoné, Ko-Haru, inspira-lhe uma paixão trágica. A guerra na Europa, em 1914, torna-se para Moraes uma nova obsessão. Dilacerada entre os pais dos seus dois filhos, o seu jovem amante Asatarô e aquele estrangeiro a caminho da velhice, Ko-Haru morre rapidamente de tuberculose, apesar de todos os esforços de Moraes.
1916/29 – Com o seu kimono em farrapos, a barba hirsuta, solitário, Moraes transforma-se numa espécie de fantasma, perdido na contemplação da natureza, que vagueia de noite em torno dos túmulos de Ko-Haru e Oyoné. Escreve as suas obras de maior maturidade, “A Dança dos Mortos de Tokushima” e “Oyoné e Ko-Haru”, enquanto a sua glória literária não pára de crescer em Portugal, e tanto a sua irmã, como Isabel e o pintor se interrogam a seu respeito.
1929 – Moraes morre em circunstâncias pouco claras: suicídio, assassínio, acidente? Grande consternação dos seus amigos em Lisboa.