Silvestre
SINOPSE OFICIAL: A história do filme é tirada de dois romances portugueses tradicionais: “A donzela que vai à guerra” (Séc. XV?), de origem judaica peninsular e de uma novela, “A mão do finado”, transmitida pela tradição oral que faz parte do ciclo do Barba Azul.
D. Rodrigo tem duas filhas, uma legítima e outra bastarda, Sílvia e Susana. Sentindo-se velho e sem herdeiro varão, D. Rodrigo decide casar Sílvia com um nobre rico, D. Paio, seu vizinho, com o propósito de assegurar o alargamento dos seus domínios. Depois de uma visita rápida do noivo, que é um comilão de saias, D. Rodrigo parte para a corte, a fim de convidar o Rei para a boda. À despedida, recomenda às filhas que não abram a ninguém as portas do solar.
Um dia, aparece um peregrino que pede guarida e Sílvia, desobedecendo às ordens do pai, acaba por abrir-lhe a porta. À lareira, o peregrino oferece uma laranja a cada uma das irmãs. Susana come imediatamente a sua, mas Sílvia finge apenas comê-la. O peregrino introduz-se no quarto das duas irmãs e, à vista de Sílvia, que aterrada finge dormir, viola Susana, adormecida por virtude da laranja dormideira.
Na sala, uma mão colocada sobre a mesa, irradia luz. No umbral, recortado pela chuva, o peregrino sopra num corno. Sílvia corre a fechar-lhe a porta. O peregrino grita para que lhe devolva a mão, que é benta e pertence aos seus antepassados. Julgando tratar-se de mão do diabo, Sílvia recusa mas o homem promete que se Sílvia lhe devolver a mão ficará a saber tudo. A rapariga diz-lhe então para passar a mão por um postigo, que lhe devolverá a mão incandescente. O homem assim faz e Sílvia corta-lha com uma espada.
Quando o pai regressa, as filhas escondem-lhe o sucedido.
Realiza-se a boda com D. Paio mas, durante o banquete, surge um cavaleiro que quer a mão de Sílvia. O pai, estupefacto, acaba por ceder, com a condição de o cavaleiro matar um feroz dragão que nenhum humano poderá vencer. Morto o dragão, Sílvia, acompanhada pela irmã, é levada para o castelo do cavaleiro, onde este acaba por lhe revelar a sua verdadeira identidade, mostrando-lhe a mão decepada, e lhe dá conta dos seus desígnios: matá-la. Sílvia põe a irmã ao corrente de tudo e Susana toma o seu lugar e consegue ajudá-la a fugir do castelo. Ao descobrir o logro, o cavaleiro inicia a perseguição à fugitiva, mas Sílvia consegue alcançar a casa paterna. Aí, Matias, o feitor, informa-a que o pai foi raptado, durante uma caçada, por um grupo de malfeitores, mas antes urge preparar uma expedição para salvar Susana. Entretanto, e quando tudo se apronta para a partida, esta aparece.
Sílvia decide então partir para a guerra em auxílio do pai.
Susana tenta dissuadi-la. Sílvia veste-se de soldado e ocultará todos os traços da feminilidade, passando a chamar-se Silvestre.
Silvestre consegue ser alistado às ordens do alferes que persegue os raptores do pai e, apesar da sua extrema juventude, comporta-se bravamente nas batalhas, onde acaba por ser ferido. O alferes descobre o verdadeiro sexo de Silvestre e apaixona-se pela rapariga, que é levada para a corte do Rei.
Aparece um fidalgo que diz saber do paradeiro de D. Rodrigo e promete trazê-lo são e salvo se Sílvia se casar com ele. A menina aceita.
Durante o banquete nupcial, Susana descobre que o noivo é, nem mais nem menos, um novo disfarce do peregrino e do cavaleiro e desmascara-o, trazendo a mão do finado que havia guardado numa salgadeira. O vilão tenta matá-la, mas acaba por ser morto pelo alferes. Então a menina fica muito triste e o pai zanga-se com ela e reconcilia-se com a bastarda. E vai toda a gente atirar o vilão aos porcos enquanto a menina abandona a cena com o alferes e inicia uma longa viagem pelas estrelas.