Rita ou Rito?...
A acção decorre na povoação de Rio Tinto Maduro, em cujo Palace Hotel vamos encontrar alguns convivas característicos: a drª Pílulas, inventora das célebres ditas contra o fastio; o coronel Peixe-Espada, que gosta de gabar-se das suas fantasiosas proezas africanas; a esposa, que é pior que o marido quando a escamam; a filha Gabriela, de alto lá com ela; o conde Pastel de Nata, a quem o coronel gostaria de ter como genro.
Durante a refeição em que Papusse, um negro cozinheiro e criado de mesa, falha mais um invento para que não encontrassem animais extra-menú (as moscas), chega D. Rita, a nova hóspeda e chefe da Estação Postal-Telegráfica. Arrefecidos os espontâneos galanteios do coronel, pela Madame Peixe-Espada, saberemos – quando ficam sozinhos – que afinal Rita é Rito, o querido de Gabriela que, através desse disfarce, procura escapar aos socos do papazinho... Os sarilhos não tardam, todavia, a desencadear-se – quando, nessa noite, Rito confunde o quarto de Gabriela com o da drª Pílulas, que lhe descobre a impostura e se julga vítima dum sátiro! Tendo-se; enfim, liberto duma imprevista paixão, Rito e a namorada têm de enfrentar novos reveses – quando, pela manhã, se deparam com um desconfiado conde de sentinela aos aposentos de Gabriela...
As, complicações sucedem-se. Vestida com as roupas masculinas de Rito, Gabriela apresenta-se na Estação para substituir a sua colega, D. Rita, tendo de aguentar as (novas) investidas amorosas da drª Pílulas, a quem tenta iludir, confessando-se filho natural do coronel (que, aliás, repudiaria a paternidade); enquanto o verdadeiro Rito, para escapar à armadilha do conde, se pinta de negro e, com alguns lençóis, tenta passar pelo cozinheiro Papusse... As complicações agravam-se, inevitavelmente, com novos atropelos, confusões, desmaios, disputas, correrias de Gabriela e Rito em direcção a uma igreja, de onde saem já convenientemente casados e trajados a rigor, para grande espanto de todos os outros comparsas desta aventura burlesca.
(in «Fitas que Só Vistas», de José de Matos-Cruz)