O Lugar do Morto
SINOPSE OFICIAL: Às seis da manhã, Álvaro Serpa, jornalista, trinta e poucos anos, dois casamentos, dois filhos, dois divórcios, sai da casa de Marta, cuja filha o surpreendeu na cama com a mãe. Atravessa a estrada marginal em contravenção e vem encostar o carro num descampado à beira-mar.
É aquela hora indecisa em que o dia está para nascer.
Para ele é tarde demais para ir dormir e cedo ainda para entrar no jornal. Recosta-se no carro e adormece. Subitamente, é acordado por vozes ao longe. Quanto tempo passou? Um minuto? Uma hora? Olha: Ao fundo, um insólito par – ele de smoking, ela de vestido de noite e casaco de peles – discutem e agridem-se. Num impulso, ela corre para o carro de Álvaro. Entra e diz-lhe: «Leve-me daqui!». Álvaro, como um sonâmbulo, obedece, enquanto ouve o outro gritar: «Ana!».
A meio do caminho, Ana, que se manteve todo o tempo com o olhar fixo na estrada, diz-lhe sem o olhar: «Volte para trás». Álvaro, mecanicamente, obedece. Quando voltam ao descampado, Ana sai a correr e dirige-se ao carro do outro.
Álvaro ouve-a dar um grito. Dirige-se também ele ao carro: o outro está reclinado no assento, com um revólver quente na mão e uma bala na cabeça. Quando se refaz da surpresa, Álvaro descobre que Ana desapareceu, deixando atrás de si apenas um nome, um lenço e um perfume...